Viva São José!

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Dia 19 de Março – Solenidade de São José esposo da Virgem Maria

A santidade terrena de São José

As Escrituras pouco nos falam de São José, o necessário, porém, para que nos inteiremos do essencial. Não se conservou uma só palavra do santo. Falou tão pouco que se chegou a pensar desnecessário transmitir  o que ele tinha proferido. Sabemos que era originário da ilustre raça do rei Davi  que domina toda a história nacional de seu povo. Essas origens tão grandiosas  colocaram em realce o caráter modesto e pouco brilhante do santo: a vida  dura de um carpinteiro num “buraco” perdido no mapa do mundo… e seus impostos e sua administração. Chegou ele até a experimentar a sorte de pessoas que devem fugir de sua terra e, com dificuldade, buscar abrigo no exterior. Deve ter intensamente amado sua terra já que  não quis se fixar nos arredores  da capital, preferindo a vida no interior.  Depois disso apenas a vida  obscura, desapercebida, na aldeia de Nazaré.  A vida de família, eis um pano de fundo bem pouco  solene  para a entrada em cena de Jesus.

A vida corriqueira deste homem apagado escondia, no entanto, sob insignificantes aparências, riquezas espirituais de alto preço.

Antes de tudo o silencioso cumprimento do dever.  Por três vezes a Escritura diz que “ele se levantou”. Para fazer o quê?  Para colocar em prática  o que havia percebido em sua consciência como sendo a voz de Deus. Sua consciência estava tão desperta que durante o sono ela comunicou a mensagem do anjo por mais estranhos que lhe parecessem os caminhos que ele devia percorrer.

O outro tesouro que a Escritura nos atesta entrar presente na alma de José  é a justiça.  José era um “justo” e esta expressão designa, na linguagem da Escritura, o homem que coloca sua vida sob a luz da  palavra e da lei de Deus. Justo não somente quando a palavra acompanhava e realizava  os desejos humanos, mas em todas as circunstâncias mesmo quando custasse, mesmo quando o próximo tivesse vantagem em detrimento de seus próprios direitos. José possuía essa justiça que significa cuidado pela ordem das coisas, delicadeza e respeito para com a personalidade do outro, por mais desconcertante que esta pudesse ser.

Esta fidelidade ao dever e à justiça respeitosa diante do real, dupla característica do amor no mundo masculino, José haveria de testemunhar  com relação ao  Deus de seus pais. Era um homem piedoso e tinha uma piedade de homem, uma piedade distante de todo sentimentalismo inconstante, uma humilde fidelidade unicamente preocupada com Deus e não consigo mesmo  precisamente para, desta forma, forjar uma “alma piedosa”. “Cada ano, nos   diz o Evangelho, subia a Jerusalém, segundo o costume, para a festa da Páscoa”  (Lc 2,41-42).

Assim foi o homem e sua vida cotidiana sob o tríplice signo do dever, da justiça e da piedade viril. Somente após as considerações feitas sobre estas três riquezas é que podemos falar da maior de todas: o papel tutelar e paterno que Deus dignou lhe confiar para com aquele que é a salvação do mundo, Jesus. Acolheu em sua família quem veio resgatar o povo de seus pecados, o Santo de Deus. José teve o privilégio de lhe conferir o nome: Jesus, quer dizer, “Deus salva”. É no silêncio e na fidelidade que ele cumpre sua tarefa de servidor da Palavra eterna do Pai que se tornou uma criança desse pobre mundo. Os homens, por sua vez,  o designaram de seu Salvador, o “ filho do carpinteiro”  (Mt 13,55).  Quando a Palavra eterna do Pai, começou, através da pregação do  Evangelho, a ressoar  no meio dos  homens, José  saiu da cena deste mundo  como alguém que havia terminado de desempenhar um papel pouco importante  e que quase ninguém percebeu. A vida desse homem, no entanto, teve um conteúdo, o único que conta numa existência: Deus e sua graça que se fez carne. A José  se podia aplicar o final da parábola evangélica:  “Servo bom e fiel entra na alegria de teu Senhor”  (Mt 25,21).

 

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