José, o Pai de Jesus

carpinteiro

“São José foi chamado por Deus para servir diretamente a Pessoa e a missão de Jesus, mediante o exercício da sua paternidade: desse modo, precisamente, ele “coopera no grande mistério da Redenção, quando chega a plenitude dos tempos” (21), e é verdadeiramente “ministro da salvação”. (São João Paulo II, Papa. Redemptoris Custos)

A missão de São José como Pai de Jesus, especialmente o modo como ele desempenhou esta missão, nos permite constar importantes características da verdadeira paternidade. 

Aprendamos com São José que para seu um bom pai é preciso exercer a paternidade como uma oportunidade de serviço e, cuidar prioritariamente dos interesses da esposa e dos filhos. 

José foi o primeiro sobre a terra a cuidar dos interesses de Jesus. Ele cuidou dele desde a infância, o protegeu quando jovem e cumpriu a missão de pai nos primeiros trinta anos de sua vida terrestre”(São José Marello).

Aprendamos com São José que para ser um bom pai é preciso cultivar as virtudes da fidelidade, simplicidade e humildade. Aprendamos com São José que para ser um bom pai é aprender a apreciar uma simples e laboriosa, cultivar relacionamentos e desempenhar com entusiasmo a missão recebida. Ouçamos o Papa Bento XVI:

“O exemplo de São José é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência nos destinou. Penso antes de tudo, nos pais e nas mães de família, e rezo para que saibam sempre apreciar a beleza de uma vida simples e laboriosa, cultivando com solicitude o relacionamento conjugal e cumprindo com entusiasmo a grande e difícil missão educativa. Aos sacerdotes, que exercem a paternidade em relação às comunidades eclesiais, São José obtenha que amem a Igreja com afeto e dedicação total, e ampare as pessoas consagradas na sua jubilosa e fiel observância dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência”. (Papa Bento XVI)

Aprendamos com São José que para ser um bom pai é preciso saber que os filhos são um dom de Deus que lhe é confiado. Aprendamos com São José que para ser um bom pai é preciso respeitar e amar a esposa. Ouçamos o Papa Bento XVI:

“Queria ainda dirigir uma exortação particular aos pais de família, uma vez que São José é o seu modelo. Este santo revela o mistério da paternidade de Deus sobre Cristo e sobre cada um de nós. São José pode ensinar-lhes o segredo da sua própria paternidade, ele que velou pelo Filho do Homem. Também cada pai recebe de Deus os seus filhos, criados à semelhança e imagem d’Ele. São José foi o esposo de Maria. Também cada pai de família se vê confiar-lhe o mistério da mulher através da própria esposa. Como São José, queridos pais de família, respeitai e amai a vossa esposa, e guiai os vossos filhos, com amor e a vossa vigilante presença, para Deus onde eles devem estar (cf. Lc 2, 49)”. (Papa Bento XVI).

Aprendamos com São José que para ser um bom pai é preciso acompanhar seus filhos e favorecer para que eles cresçam em sabedoria, idade e graça. Ouçamos o Papa Francisco.

Hoje gostaria de retomar o tema da proteção segundo uma perspectiva particular: a perspectiva educativa. Olhemos para José como o modelo de educador, que protege e acompanha Jesus em seu caminho de crescimento “em sabedoria, idade e graça”, como diz o Evangelho. Ele não era pai de Jesus: o pai de Jesus era Deus, mas ele cumpria o papel de pai de Jesus, fazia-se pai de Jesus para fazê-lo crescer. E como o fez crescer? Em sabedoria, idade e graça.

Partamos da idade, que é a dimensão mais natural, o crescimento físico e psicológico. José, junto com Maria, tomou conta de Jesus antes de tudo deste ponto de vista, isso é, “criou-o”, preocupando-se que não lhe faltasse o necessário para um desenvolvimento sadio. Não esqueçamos que o cuidado fiel da vida do Menino incluiu também a fuga ao Egito, a dura experiência de viver como refugiados – José foi um refugiado, com Maria e Jesus – para escapar da ameaça de Herodes. Depois, uma vez de volta à pátria e estabelecidos em Nazaré, há todo o longo período da vida de Jesus em sua família. Naqueles anos, José ensinou a Jesus também o seu trabalho e Jesus aprendeu a ser carpinteiro com seu pai José. Assim, José criou Jesus.

Passemos à segunda dimensão da educação, aquela da “sabedoria”. José foi para Jesus exemplo e mestre desta sabedoria, que se nutre da Palavra de Deus. Podemos pensar em como José educou o pequeno Jesus a escutar as Sagradas Escrituras, sobretudo acompanhando-O de sábado à sinagoga de Nazaré. E José o acompanhava para que Jesus escutasse a Palavra de Deus na sinagoga.

E, enfim, a dimensão da “graça”. São Lucas sempre diz referindo-se a Jesus: “A graça de Deus era sobre Ele” (2, 40). Aqui, certamente, a parte reservada a São José é mais limitada em relação aos âmbitos da idade e da sabedoria. Mas seria um grave erro pensar que um pai e uma mãe não podem fazer nada para educar os filhos a crescer na graça de Deus. Crescer em idade, crescer em sabedoria, crescer na graça: este é o trabalho que José fez com Jesus, fazê-Lo crescer nestas três dimensões, ajudá-lo a crescer.

Aprendamos com São José que para ser um bom pai é preciso saber que a paternidade é um ministério e que, como tal, o pai é revestido das graças necessárias para bem desempenhá-lo se buscar sinceramente a “força que vem do alto”. Ouçamos o Papa São João Paulo II:

“São José foi chamado por Deus para servir diretamente a Pessoa e a missão de Jesus, mediante o exercício da sua paternidade: desse modo, precisamente, ele “coopera no grande mistério da Redenção, quando chega a plenitude dos tempos”, e é verdadeiramente “ministro da salvação”. A sua paternidade expressou-se concretamente “em ter feito da sua vida um serviço, um sacrifício, ao mistério da Encarnação e à missão redentora com o mesmo inseparavelmente ligada; em ter usado da autoridade legal, que lhe competia em relação à Sagrada Família, para lhe fazer o dom total de si mesmo, da sua vida e do seu trabalho; e em ter convertido a sua vocação humana para o amor familiar na sobre-humana oblação de si, do seu coração e de todas as capacidades, no amor que empregou ao serviço do Messias germinado na sua casa””. (Redemptoris Custos, 8).

Aprendamos com São José que nós, pais, não estamos sozinhos. Deus está conosco. José e Maria estão conosco. Esta certeza é muito importante porque olhando para a grandiosidade da missão da paternidade e suas exigências, temos a impressão que “não somos capazes” de desempenhar tal missão. Quem bom que pensemos assim. Esta humildade é um bom sinal: leva-nos a buscar ajuda.

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