Canonização
CAMINHO À SANTIDADE
Depois de dois anos da beatificação do Padre Sigismundo, no dia 9 de maio de 2003 – sob a presidência do cardeal Francisco Macharski, na presença do cardeal Mariano Jaworski, em Cracóvia realizou-se a abertura, em nível diocesano, do Processo relacionado com a cura extraordinária de Roksana Romek, de Skawina, realizada pela intercessão do Pe. S. Gorazdowski. Este foi o primeiro passo para o Padre Sigismundo ser reconhecido como Santo!
Após de um ano e meio o processo foi concluido, e no dia 20 de dezembro de 2004 o Santo Padre João Paulo II, promulgou o Decreto que atesta a cura milagrosa de Roksana Romek, realizada pela intercessão do Pe. S. Gorazdowski.
O milagre da cura para a Canonização do Pe. S. Gorazdowski
A questão da cura se relaciona com a cura de Roksana Romek, na época com dezenove anos de idade, que no dia 20 de julho de 2002, nos arredores de Cracóvia, foi vítima de um acidente de trânsito. Numa curva, o carro em que ela viajava com um grupo de outros jovens, saiu da estrada e capotou diversas vezes. Roksana foi então jogada para fora do carro e por ele esmagada. Em razão disso ela sofreu sérias lesões, sobretudo do tórax, que provocaram a fratura em série de numerosas costelas, esmagamento dos pulmões, hematomas na pleura, pneumotórax, contusão do coração e outras lesões. Apesar do rápido transporte até um hospital em Cracóvia, ocorreu a parada da circulação e a insuficiência respiratória. Inconsciente, Roksana foi colocada numa unidade de terapia intensiva e ligada a um respirador. O tórax esmagado e os pulmões lesionados provocaram o surgimento do pneumotórax e da hemorragia interna, como consequência da penetração das costelas fraturadas no tecido pulmonar. Segundo o relatório dos médicos que dela cuidavam, Roksana esteve “o tempo todo morrendo” ─ porquanto a sua vida estava continuamente ameaçada também por várias complicações adicionais, inclusive por uma prolongada sepse. Os médicos preparavam os familiares de Roksana também para a eventualidade de que, caso ela sobrevivesse, a prolongada hipóxia do cérebro poderia provocar nela uma permanente perturbação da eficiência mental.
Nesse ínterim, a patroa de Roksana, vendo a trágica situação da moça e sendo parenta de uma irmã da Congregação das Irmãs de São José, cujo Fundador é o Pe. Sigismundo Gorazdowski, juntamente com outras pessoas da sua família e conhecidos, quase que imediatamente após o acidente encaminhou um pedido de intercessão a esse já então Beato, pedindo o dom da vida e da saúde para Roksana. A respeito do acidente de Roksana foram informadas também as Irmãs de São José, que igualmente se juntaram à ardente oração, pela intercessão do Pe. S. Gorazdowski, na intenção da sua cura. No decorrer da Novena ao Pe. S. Gorazdowski, Roksana recuperou a consciência. Começaram a desparecer os sintomas da sepse e foi interrompida a ventilação com o respirador. Verificou-se também que, apesar dos períodos de hipóxia e da prolongada aplicação de medicamentos, não ocorreu uma lesão do sistema nervoso central e periférico, e a doente recuperou a plena eficiência física e psíquica. A sua total, repentina e medicinalmente inexplicável recuperação total da saúde foi confirmada por detalhados exames médicos.
Roksana Romek, milagrosamente curada por intercessão do Padre Sigismundo Gorazdowski, voltando da missa da canonização, juntamente com Ir. Miriam Bilskia, CSSJ e Ir. Sabina Dusza, CSSJ
No dia 23 de outubro de 2005, em Roma, o Santo Padre Bento XVI realizou a Canonização do Beato Pe. Sigismundo Gorazdowski durante a cerimônia de encerramento do Ano da Eucaristia e a Assembléia Ordinária XI do Sínodo dos Bispos, o Dia Mundial das Missões.
Foi a primeira Missa de canonização, celebrada pelo Papa Bento XVI. A cerimônia foi assistida por cerca de 70.000 fiéis. Na Praça de São Pedro também foi aproximadamente 300 irmãs Josefitas e mais de 3.000 peregrinos da Polônia e Ucrânia. A delegação do Episcopado Polones foi representada pelos cardeais Jozef Glemp e Henryk Gulbinowicz e arcebispos Stanislaw Dziwisz e Henryk Muszynski. Foi também presente arcebispo de Lviv do rito latino, o cardeal Marian Jaworski e seu bispo auxiliar.
Trechos da homilia de papa Bento XVI da Missa de canonização, Roma, 23.10.2005
(…) A Palavra do Senhor, que há pouco ressoou no Evangelho, recorda-nos que no amor se resume toda a lei divina. O dúplice mandamento do amor de Deus e do próximo contém os dois aspectos de um único dinamismo do coração e da vida. Assim, Jesus leva a cumprimento a revelação antiga, sem acrescentar um mandamento inédito, mas realizando em si mesmo e na própria ação salvífica a síntese viva das duas grandes palavras da antiga Aliança: “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração…” e “Amarás o próximo como a ti mesmo” (cf. Dt 6, 5; Lv 19, 18). Na Eucaristia nós contemplamos o Sacramento desta síntese viva da lei: Cristo entrega-nos em si mesmo a plena realização do amor a Deus e do amor aos irmãos. Ele comunica-nos este seu amor quando nos alimentamos do seu Corpo e do seu Sangue. Pode então realizar-se em nós quanto escreve São Paulo aos Tessalonicenses na segunda Leitura de hoje: “convertestes-vos dos ídolos de Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro” (1 Ts 1, 9). Esta conversão é o princípio do caminho de santidade que o cristão está chamado a realizar na sua existência. O santo é aquele que, sentindo-se de tal forma atraído pela beleza de Deus e pela sua perfeita verdade, progressivamente por ele é transformado. Por esta beleza e verdade está pronto a renunciar a tudo, também a si mesmo. Para ele é suficiente o amor de Deus, que experimenta no serviço humilde e abnegado do próximo, sobretudo de quantos não são capazes de retribuir. Como é providencial, nesta perspectiva, o facto de que hoje a Igreja indique a todos os seus membros cinco novos Santos que, alimentados por Cristo, Pão vivo, se converteram ao amor e por ele orientaram toda a sua existência! Em diversas situações e com vários carismas, eles amaram o Senhor com todo o coração e ao próximo como a si mesmos “tendo-vos assim tornado modelo para todos os crentes” (1 Ts 1, 6-7).
O santo José Bilczewski foi um homem de oração. A Santa Missa, a Liturgia das Horas, a meditação, o rosário e as outras práticas de piedade marcavam as suas jornadas. Dedicava um tempo particularmente longo à adoração eucarística.
Também o santo Sigismundo Gorazdowski se tornou famoso pela devoção fundada na celebração e na adoração da Eucaristia. Viver a oferta de Cristo estimulou-o a dedicar-se aos doentes, aos pobres e aos necessitados.
O profundo conhecimento teológico, a fé e a devoção eucarística de José Bilczewski fizeram dele um exemplo para os sacerdotes e uma testemunha para todos os fiéis.
Sigismundo Gorazdowski, ao fundar a Associação dos sacerdotes, a Congregação das Irmãs de São José e muitas outras instituições caritativas, deixou-se sempre guiar pelo espírito de comunhão, que se revela plenamente na Eucaristia. (…)
DURANTE A ORAÇÃO DO ANGELUS
O Papa Bento XVI saudando os Poloneses durante o Angelus se referiu o Sínodo dos Bispos e a Santa Missa da canonização, que estão coroando o Ano da Eucaristia.
Apontando para as imagens estendidas na fachada da Basílica Vaticana dos cinco novos santos, o Papa brevemente caracterizou os seus perfis. Ele ressaltou que eles são exemplos de comunhão de vida com Cristo. Ele também falou em polonês:
“Saúdo cordialmente os poloneses aqui presentes, os participantes da canonização. Que os novos santos: Sigismundo Gorazdowski e José Bilczewski intercedem junto a Deus em suas intenções. Que suas vidas santas fortalecem os na fé, esperança e amor”.
MASSA DE AÇÃO DE GRAÇAS DA CANONIZAÇÃO DE SÃO SIGISMUNDO GORAZDOWSKI NA BASÍLICA DE SÃO PEDRO – 24/10/2005
No dia 24 de outubro as 7:30 na Basílica de São Pedro, em Roma foi celebrada a Santa Missa de ação de graças pela Canonização de São José Bilczewski e São Sigismundo Gorazdowski pelos cardeais, bispos e padres que vieram para a canonização. O celebrante principal foi o Cardeal Marian Jaworski, que também fez a homilia. Entre os celebrantes estavam presentes, entre outros, Primaz da Polônia Cardeal Jozef Glemp, Cardinal Henryk Gulbinowicz, Cardial Franciszek Macharski e o arcebispo Stanislaw Dziwisz.
Após a Missa. Todos os participantes e celebrantes no espírito de gratidão, foram em procissão até o túmulo do Servo de Deus João Paulo II.
AUDIÊNCIA GERAL EM AULA DE PAULO VI – ROMA 24/10/2005
No dia 24.10.2005 o Papa Bento XVI se encontrou em uma audiência especial na Sala Paulo VI com os participantes da canonização, durante o qual ele declarou santos: Beato Arcebispo José Bilczewski, Beato padre Sigismundo Gorazdowski, sacerdote italiano Beato Gaetano Catanoso, Beato Padre chileno Hurtado Cruchaga, e Beato frei Félix de Nicósia, capuchinho.
Em Sala Paulo VI preenchida além dos peregrinos poloneses e ucranianos foram fieis do Chile e da Itália. Entre os peregrinos presentes foi aproximadamente 2.000 poloneses. Papa Bento XVI cumprimentando os poloneses disse:
“Saúdo cordialmente os poloneses aqui presentes Estou feliz que juntos podemos adorar o novos santos. Santidade de José Bilczewski pode ser definido em três palavras: oração, trabalho, sacrifício.
Ser tudo para todos, para salvar pelo menos um – era o desejo de São Sigismundo Gorazdowski.
Ambos, tirando força da oração e da Eucaristia, deram-se totalmente a Deus, eficazmente trazendo a ajuda material e espiritual aos mais necessitados. Ao cuidado deles confio todos os fiéis da Igreja na Polônia e, especialmente, bispos e padres. Deus lhes abençoe”.
